Christopher Lee deu vida ao mago Saruman em seis longa-metragens. |
Sir Christopher Frank Carandini Lee faleceu nesse dia 7 de junho de 2015, aos 93 anos no hospital Chelsea e Westminster, em Londres, onde estava internado por problemas de insuficiência cardíaca e respiratória.
Quando celebridades morrem, é costume das pessoas se compadecerem e se tornarem fãs do trabalho daqueles que nunca conheceram em vida. Com Christopher Lee não foi diferente, teve até entendidos que em lágrimas comentaram "Sua interpretação de Gandalf é ótima". Tem quem tenha achado a confusão dos fãs recentes engraçada, eu achei vergonhosa (para não dizer deprimente).
A morte de Christopher Lee me deixou realmente chateado. Não digo isso por fazer parte do grupo que acabei de criticar, eu realmente achava o trabalho de Lee excepcional.
Christopher Lee era um excelente ator. Daqueles que vêm para Hollywood direto dos teatros shakespearianos do Reino Unido, cheios de amor pela Literatura. Além de ser ator, ele também era cantor e escritor, em outras palavras, um homem apaixonado pela arte e repleto de talento que veio para tornar o mundo um local mais bonito, tal como só os grandes artistas o fazem.
Como disse, o ator que dá vida a Saruman era um homem apaixonado por literatura. Ele teve a honra de conhecer o professor Tolkien pessoalmente. Lee disse que caiu de joelhos sem palavras quando viu o criador da Terra-Média pela primeira vez. Ele sempre falou de J. R. R. Tolkien com muita reverência.
Com aquele tom gótico próprio dos entusiastas do período vitoriano, Lee trabalhou em grandes filmes de terror (chegou a encarnar o Conde Drácula mais de uma vez) e também se dedicou ao metal progressivo, o que lhe conferiu o título de "Metal Knight". Sua versão da minha música rock favorita (a saber "Ghost Rider in the Sky") arrepia minha espinha sempre que ouço (escute aqui).
Em seus noventa e três anos de vida, Lee tem uma ampla carreira artística que tem início em 1940! O curioso é que por seu estilo, sempre fez vilões icônicos: Saruman, Drácula, Conde Dooku, deu voz ao Jaguadarte e, o mais assustador de todos, o dentista pai de Willy Wonka. Apesar disso, Christopher Lee era um homem muito bom, querido por todos que com ele trabalhava.
Paixão pelo seu trabalho e uma boa relação com seus colegas, esses são os segredos para a imensa carreira de Lee que até um ano atrás trabalhava nas gravações de "O Hobbit" e gravava um disco de Heavy Metal. Só alguém que amava seu trabalho como Christopher Lee continuaria trabalhando até os últimos dias de vida.
Não foi por acaso que eu intitulei esse texto assim. Esse é o mesmo título dado ao capítulo X do livro III de O Senhor dos Anéis. Na obra de Tolkien, a voz de Saruman era algo fantástico, mágico e temível. E só a voz de Christopher Lee pode cumprir com essa descrição.
Hoje, estou em luto. Porque o mundo perdeu um grande talento artístico, porque os sets de Hollywood e os palcos de Londres perderam um excelente ator e porque nós perdemos a voz mais bela que existiu. Sem essa voz, o silêncio do luto não é nada reconfortante.
Mas seguimos em frente prometendo que nunca iremos esquecer do Sir Christopher Lee, o "Metal Knight", a voz de Saruman. E esperamos que os anjos se alegrem ao ouvir sua voz no Céu, como ele cantava em uma das suas incríveis interpretações musicais (ouça) dos poemas de Tolkien:
Ah! the wind and the whiteness and the black branchesof Winter upon Orod-na-Thön!My voice went up and sang in the sky.(Treebeard's Song)
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