Navios ingleses enfrentam navios russos em defesa de Portugal, em 1808. |
Que me desculpe a Páscoa, festa mais importante do ano para os cristãos, mas gosto muito mais do Natal. Acho o clima que essa festa propõe muito reconfortante. Com os cansaços do ano, recebo um alívio tão aconchegante quanto o colo de uma mãe. Sem falar nas tradições natalinas: amo o Papai Noel, adoro montar o presépio, a árvore de natal e colocar a guirlanda na minha porta, tudo tem um significado sublime. Também costumo ler O Natal do Avarento (A Christmas Carol) do Charles Dickens na semana do Natal. Mas uma coisa que também não posso deixar de fazer é brincar de amigo secreto... brinco com a família, com os colegas de escola/faculdade, com as pastorais da Igreja e onde mais der.
Hoje foi a revelação do amigo secreto da minha turma de Letras. Alguns professores participaram e fizemos uma festinha com salgadinhos, torta e pudim. Acho importante fazer essas coisas pois o tradicional amigo secreto (e não essas besteiras de amigo da onça, amigo chocolate e etc que inventam por aí) força as pessoas a se aproximar a reparar no outro e tentar conhecê-lo melhor.
Esse ano saí com minha amiga Ludmilla, que por sorte eu já conhecia bem, e decidi aprontar um pouco antes. Comprei uma bela caixa de presente e coloquei um batom fajuto nela, já que ele é alérgica. Quando abriu, viu um batom solitário por cima de um monte de papel higiênico, quando tirou, viu um belo cocô (uma réplica de argila muito real). Depois que ela se assustou (já que ninguém imagina uma segunda peça depois da primeira), eu finalmente dei o livro Árvore e Folha do J. R. R. Tolkien que havia comentado num post anterior.
Fiquei muito feliz de saber que ela não tinha esse livro, fiquei tão preocupado, imaginando que ela poderia ter esse livro que sonhei diversas vezes comigo indo procurar um livro que ela não tinha, mas todos na livraria ela tinha. Concordo, um pesadelo estranho, bizarro e horrível! (rs).
Já quem saiu comigo também foi outra grande amiga, a Thattiely, que tem um texto em sua homenagem nesse blog. Ela me deu um belo relógio de bolso com o desenho de um navio de cordas na tampa. Fiquei pensando em tudo aquilo. O que esse barco tem a ver comigo? Cheguei a conclusão de que existem três significados para esse barco, e que os três dizem bem de mim.
O primeiro e mais óbvio é de que o navio representa a Igreja, que leva todos à águas mais profundas com o Papa ao leme e Cristo acalmando as tempestades que tentam em vão afundar o barco. Existem diversas pinturas (e outras formas) que representam a Igreja como um navio. Daí que o lugar onde os fiéis se sentam dentro da Igreja se chama nave, de onde também veio o nome para as naves espaciais que parecem barcos que voam... ma isso é outra história.
O segundo é o de exploração. Quando pensamos em navios, logo pensamos em partidas, viagens, busca por um novo mundo, descobertas, batalhas e tesouros. Acho que tudo isso tem a ver com minha história, com minhas partidas, minhas viagens, minha busca por conhecimento, minha busca por Deus, minhas batalhas pessoais e o tesouro que Deus me dá e a Igreja guarda: os sacramentos, sobretudo o da Eucaristia e da Confissão, sem eles eu já teria afundado.
O terceiro é uma teoria, mas estou estudando a origem da minha família, ao que tudo indica, ou sou de origem italiana ou de origem ibérica (possivelmente espanhola). O barco representam a viagem que meus antepassados fizeram até essa Terra de Santa Cruz.
Gostei muito do presente! Embora eu gostassem muito de brincar de amigo secreto, nunca tinha ganhado um bom presente de amigo secreto, até o dia de hoje.
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